Polêmica envolvendo Activision Blizzard

Casos envolvendo abuso fizeram Blizzard perder quase metade de seus clientes em três anos.

Desde 2017, a empresa Activision Blizzard vem perdendo (e muito) a quantidade de consumidores de seus jogos. Dados relacionados ao número de jogadores ativos em jogos da Blizzard, apontam redução drástica de gamers consumindo produtos como Overwatch e World of Warcraft no último trimestre. Enquanto a companhia apresentava 47 milhões de usuários ativos em 2017, durante o segundo trimestre de 2021 apenas 26 milhões de usuários permaneceram ativos nas contas da empresa.

Essa queda do número de jogadores não é de hoje. Há três anos que vem caindo os gradativamente a quantidade de consumidores dos jogos da Blizzard. Mesmo tendo World of Warcraft como seu carro chefe, a empresa não vem tendo bons resultados.

Desde o início do ano a empresa vem passando por uma crise de demissões em massa e quedas salariais. Além disso sua receita anual de 2020 foi considerada a mais decrescente dentro de anos.

Um dos motivos mais falados sobre os problemas da Actvision Blizzard é o escândalo conhecido como “Suíte Cosby”. O caso ocorreu quando uma equipe de desenvolvedores da empresa gamer apelidou uma suíte utilizada por eles durante a BlizzCon de 2003 de suíte Cosby. O problema é que, desde aquele ano o ator Bill Cosby vinha sendo acumulando mais de 40 acusações de estupro e assédio sexual contra mulheres.

Quando o caso da suíte veio à tona, muitos funcionários, homens e mulheres, começaram a denunciar o que já vinha acontecendo dentro do ambiente da empresa. Desde assédio, mal tratos, diferenças salariais e funções tóxicas para mulheres.

O Departamento de Justiça Laboral e Habitação do Estado da Califórnia só emite a denúncia oito anos depois da Suíte Cosby, mas listou uma série de casos e acontecimentos denunciados, deixando a empresa com um grande problema judicial. O principal nome citado nos casos foi o do desenvolvedor Alex Afrasiabi, juntamente com o até então diretor J. Allen Brack. Alex foi demitido nem 2020 e a empresa não emitiu nenhuma justificativa para o ocorrido, mesmo que nos bastidores já era de conhecimento de todos que Alex era o principal acusado dos crimes de abuso.

Alex era um dos responsáveis por incentivar um ambiente de assédio dentro das instalações da Blizzard. Durante as convenções da BlizzCon, inclusive na edição do caso da Suíte Cosby, Afrasiabi foi acusado de assediar funcionárias que trabalhavam no evento e tentar beija-las à força.

Já J. Allen Brack continuou na empresa até o início de agosto desse ano, quando decidiu renunciar ao cargo de presidente e principal responsável pelos eventos da BlizzCon. O discurso oficial afirma que Brack deixou a empresa para buscar novas oportunidades, mesmo assim não se pode deixar de lado o fato de que Allen já estava com grandes problemas na empresa, com os casos ainda em aberto e com cada vez mais denúncias.

Sendo assim, a presidência da Actvision Blizzard agora será compartilhada por Jen Oneal e Mike Ybarra. Jen atuou como Vice-Presidente de Desenvolvimento das franquias Overwatch e Diablo desde janeiro, desde a aquisição da Vicarious Visions, desenvolvedora do remake de Tony Hawk’s Pro Skater 1+2 e Crash Bandicoot N. Sane Trilogy. Já Ybarra está na Blizzard desde 2019, como diretor geral e vice-presidente executivo, cargo que também ocupou por 20 anos na Xbox.

Com a missão de fazer com que a empresa retome ao eixo de sucesso que sempre teve, Jen e Ybarra terão bastante trabalho, já que seguidamente funcionários e consumidores fazem, desde protestos em frente à Blizzard até cartas de protesto contra o ambiente de trabalho tóxico contra as mulheres, onde centenas de funcionários se reuniram para emitir uma carta de descontentamento.

Com a saída do presidente acusado, a esperança é de que a imagem da Actvision Blizzard seja restaurada gradativamente e que a empresa volte a ter a credibilidade que seus grandes jogos trouxeram. Mesmo assim, o caso da Blizzard serve de exemplo para muitas empresas que não levam a sério o respeito aos colegas, sendo mulheres ou não, e também aos que mantém uma discrepância entre gêneros dentro e fora do ambiente de trabalho.

E você que é GAMER_na _real, comenta com nós o que acha dessa polêmica envolvendo a Blizzard!